ANA DIAS BATISTA

A subida, 2017

Ação com cinco helicópteros.

Cinco helicópteros ocupam helipontos da Avenida Paulista e executam uma sequência de movimentos em sincronia. Eles decolam, sobem lentamente até atingir 3600 pés e permanecem em voo pairado por alguns minutos, voltados para a Paulista. Depois descem na mesma velocidade em que subiram e, um a um, desfilam em linha, voando entre as antenas. Chegando à rua da Consolação se dispersam. As atenções são atraídas para o céu ao mesmo tempo em que se sugere algum acontecimento no solo a ser monitorado ou registrado. Seis câmeras filmam. O material captado por cada uma delas, sem cortes, é transmitido no Museu.

Projeto para a exposição "Avenida Paulista", não executado por decisão da direção do Museu.

Foram exibidos no MASP um teaser do projeto e uma carta escrita pela artista diante do cancelamento da ação.

"Avenida Paulista", curadoria de Adriano Pedrosa, Tomás Toledo e Fernando Oliva, MASP, São Paulo


Carta da artista

"A subida" não será executado. A diretoria do MASP afirma não se sentir confortável com a segurança do projeto. Vínhamos trabalhando – eu, a produção e a curadoria do museu – desde setembro de 2016.

O museu reuniu a verba para contratação dos serviços de uma empresa de táxi aéreo com larga experiência. Discutimos todos os aspectos da ação e fizemos as adaptações sugeridas pelos especialistas. Conseguimos as autorizações para uso de helipontos privados – FIESP, Citibank, Edifício Comendador Yerchanik Kissajikian. Contratamos equipe de filmagem, fizemos visitas técnicas, elaboramos briefings detalhados. Contornamos muitas dificuldades. A ação estava agendada para 19 de fevereiro.

A empresa contratada e dois outros especialistas externos afirmam que a operação é totalmente segura. Os movimentos previstos são corriqueiros – pouso, decolagem, deslocamento vertical, voo pairado, deslocamento horizontal. A velocidade dos deslocamentos é extremamente baixa – cerca de 30km/h. Cada aeronave tem um plano de voo próprio e o sobrevoo coordenado se dá com os helicópteros enfileirados, de modo que há sempre contato visual entre os pilotos. As Alturas mínimas em relação ao solo e as distâncias mínimas entre as aeronaves previstas na legislação são respeitadas.

O projeto é exequível. Fica à espera.

Ana Dias Batista

13/02/2017